Estupro – depoimento pessoal de uma jornalista

                                                                Dulce Melo – Jornalista
Você já foi estuprada, teve uma filha criança violentada, sabe o que é essa dor? Sabe não? Então não ouse julgar e condenar uma criança de 10 anos. Fui estuprada aos 12 e, hoje, 41 anos depois ainda convivo com os traumas deixados pela dor daquela violência, e pelas imagens que reacendem todas as vezes que leio algo assim. Da mão tampando minha boca, da roupa baixada estupidamente, de um monstro plantando na minha vida nojo. Nojo de mim, vergonha, medo de contar aos pais. Fico assim todas as vezes que sei de meninas estupradas e mortas.
Graças a Deus já consigo falar sobre o assunto, mas essa dor não é efêmera por mais que você receba apoio, fortaleça-se, amadureça e supere.
Então, parem de bancar os devotos ou santos, parem de bancar os sábios. Parem de ser juízes, de falar por Deus.
Tenho certeza de que a hipocrisia não existiria se essa brutalidade, essa violência entrasse em sua casa.
Torço, em nome de Deus, que ela nunca bata à sua porta.
                                                               Dulce Melo – Jornalista
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